Nosso Maior Órgão Orientador
NOSSO MAIOR ÓRGÃO ORIENTADOR
- Leonel Varanda -
“Com efeito, as citações textuais das obras espíritas são a melhor refutação das deturpações que certos críticos fazem sofrer a doutrina. A doutrina se justifica por si mesma...”
(Allan Kardec, Revista Espírita, 1865, O Espiritismo no Brasil).
Consultando a Revista Espirita, novembro de 1865, encontramos um artigo de Kardec intitulado “O Espiritismo no Brasil”, artigo esse que, além de colocar o Brasil em destaque aos olhos do Codificador, deixa registrado uma informação importante para o movimento espírita Brasileiro e mundial. Diz Kardec que “a Doutrina se justifica por si mesma”, e, ousaríamos complementar, tendo em vista tratar-se de uma Revelação que se apresenta como expressão da verdade, e assentada em bases inabaláveis, qual um edifício muito bem construído.
Esta afirmativa de Allan Kardec continua válida e atualíssima, face à necessidade das Casas Espíritas, e aos Espíritas em geral, de buscarem nas bases doutrinárias sua principal fonte de informações e, sobretudo, de orientações, em termos de estudo e aplicação prática. Como afirma Kardec, “a doutrina se justifica por si mesma”, ou seja, o corpo doutrinário apresenta, mesmo que em síntese, todos os elementos necessários para justifica-la como expressão da verdade, porque assentada nas próprias leis da Natureza.
Os Espíritos superiores apresentaram a Doutrina Espírita com o selo da universalidade e, sobretudo, com o caráter impessoal, ou seja, trata-se de uma Doutrina que esta sob a responsabilidade do Espírito da Verdade, representando, portanto, o pensamento do Cristo, e, por isso mesmo, pode ser caracterizada como nosso maior órgão orientador, em todos os pontos doutrinários. Esse aspecto valoriza o caráter impessoal da Doutrina, o que, na prática, deveria impedir o aparecimento de pretensos líderes, mesmo que dotados de cultura enciclopédica, com evidências injustificáveis ou endossando atitudes em desacordo com as bases doutrinárias, como é o caso dos eventos espíritas pagos, que representam uma verdadeira ameaça à finalidade do Espiritismo que é a revivescência das práticas simples do Cristianismo Primitivo. Aliás, reforçando essa afirmativa, lembraríamos a mensagem intitulada “Cultura de Graça”, do livro Ideal Espírita, psicografada pelo médium Chico Xavier, onde o Espírito de Scheilla compara a Doutrina a um verdadeiro instituto mundial de educação gratuita, e que a cultura da alma nada pede à bolsa dos aprendizes.
É evidente que no movimento corporificam-se Espíritos de escol, como foi o caso de Chico Xavier, que se apresentam como líderes naturais, por sua elevação moral e fidelidade à Doutrina, com a tarefa de apresentar esclarecimentos progressivos às bases doutrinárias. Mas, o que se observa, nesse caso, são as características de humildade e simplicidade com que se apresentam, se colocando como simples instrumentos da espiritualidade, mas trabalhando com alegria, disciplina e fidelidade. Suas palavras refletem, apenas, sugestões de trabalho e sua vivência é a confirmação dos princípios Evangélicos de Nosso Senhor.
Dessa forma, a obra mediúnica de Chico Xavier pode ser considerada como a maior e melhor fonte de informações que o homem tem, hoje, na Terra, pelos esclarecimentos trazidos aos problemas existenciais, completando o pensamento dos Espíritos contidos na Codificação Kardequiana, e reafirmando que o nosso órgão orientador, hoje e sempre, é a própria Doutrina Espírita.